Em assembléia geral ocorrida dia 03 de agosto, os estudantes de geografia da PUC-SP decidiram paralisar o curso para se contraporem a diversas medidas tomadas pela direção da universidade: professores com contratos temporários impossibilitando a continuidade do curso, ausência de contratação de professores para complementar a grade horária, falta de estrutura de laboratórios fundamentais para o curso, abertura de edital de bolsas, redução das mensalidades, entre outras questões estruturais que ferem a qualidade de educação. Ainda, reivindicam que nenhum estudante participante da mobilização seja punido.
Diversas entidades estudantis estão apoiando o movimento, como os centros acadêmicos de direito, jornalismo e comunicação, psicologia, serviço social, e ciências sociais, além do centro acadêmico de geografia da USP e o diretório de humanidades da Faculdade Santo André.
No início do ano a geografia da PUC-SP iniciou seu curso com uma defasagem na grade horaria. Para suprir a falta de professores, o departamento de Geografia elaborou três editais para a contratação de novos docentes. Após a elaboração do concurso, a PUC-SP, juntamente com a Fundação São Paulo, mantenedora da universidade, relutou na contratação requerida pelo departamento o que ocasionou o envio de uma carta, por parte dos estudantes, ao CONSAD (Conselho Administrativo), enfatizando a necessidade das contratações. Na reunião do mesmo conselho, foram aprovadas aproximadamente 46 contratações por tempo determinado, incluindo os 3 professores de geografia requisitados.
O fato surpreendente foi que, na última reunião do CONSAD no primeiro semestre, já em período de recesso, decidiu-se por demitir todos os professores contratados por tempo determinado. Após as férias de Julho, porem, os mesmos docentes receberam a proposta de recontratação. Dá-se aqui a atitude antiética por parte da PUC-SP de demitir os professores apenas no período de recesso, afim de não remunerar o respectivo mês. Do Departamento de Geografia, um professor recusou a recontratação diante da postura da PUC-SP e do contrato salarial de R$ 17,00 hora/aula. Na tentativa dos outros dois professores se recontratarem, um desistiu perante o mal tratamento do RH da universidade, restando, assim, apenas uma professora que retornou ao Departamento. Agravando tal situação, na primeira reunião departamental do semestre, a chefe de Departamento pediu demissão por não se identificar mais com a universidade.
Diante de tais acontecimentos e da defasagem na grade horária do curso, deu-se a paralisação total das aulas, por parte dos estudantes.
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