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quinta-feira, 25 de abril de 2013

26 de Abril e a luta por uma comunicação livre

Este texto tem a pretensão de aproximar a discussão entre Geografia e Comunicação por um viés libertário.  Provavelmente não será o único e terá continuidade.


Dia 26 é aniversário (que triste) de uma corporação que existe há um bom tempo, Essa  corporação, claro, capitalista, pois (re)produz todas as desigualdades da sociedade atual, (concentra, hierarquiza e define qual é o(s) assunto(s) a ser feito o debate público) explorando trabalhadores e trabalhadoras desta área ( jornalistas, fotógraf@s e demais, não conseguem perceber o tamanho do poder que vocês possuem? e continuam a perpetuar isso?)... Mas com uma coisa muito importante: ela utiliza das técnicas de telecomunicação, da radiodifusão, da mídia impressa entre outras ferramentas que afeta as sensações e o imaginário coletivo e individual na cidade e no campo1.

Praticamente desde sua origem em território nacional, os meios de comunicação são  legislados pelo Estado, ou seja, há um cerceamento sobre a comunicação social e seus instrumentos. É, o próprio ente que tantos acham justo defender e lutar por ele. Este que dá "a tal da concessão" para esta corporação, que por sinal nunca teve sua concessão negada.

Aliás, concessão é uma coisa esquisita para algo que é direito expresso na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Pacto de San Jose da Costa Rica ou na Constituição Brasileira, o famoso artigo 5º que na realidade só fica no papel ou quando os movimentos sociais estão na luta para se defender, utilizam dessa tática.

Mas então, a concessão... O AR, ou para os mais especialistas, o espectro eletromagnético, não gera renda, assim como a terra também não. É o fruto do trabalho do ser humano que da o sentido a esses substratos necessissários para a vida


As Ciências Sociais e da Comunicação -

Hoje no Brasil as Ciências Sociais e da Comunicação ao estudar as formas e conteúdos de meios de comunicação estão restringidas a dualidade estatal e privada, salvo excessões, como trabalhos que estão diretamente ligados a projetos de caráter livre na comunicação, em especial a radiodifusão2

Razões para essa dualidade nos estudos é a  ausência de um pensamento autônomo revolucionário ao trabalhar com a comunicação não atrelada com o Estado e sem fins lucrativos.

Experiências que buscam essa prática libertária comunicacional existem há algum tempo como as rádios livres3.

As rádios se diferenciam muito da mídia eletronica virtual por possuirem uma relaçao espacial mais mapeavel, ou seja, mais enraizada em um determinado territorio, que a maioria das vezes possui legitimidade, conquistada cotidianamente por uma rede de relaçoes.Essa rede, ou melhor rizoma4, passa pelos programadores que vez ou outra estao inseridos em outros projetos ou coletivos que possuem traços de autonomia, horizontalidade e formas mais participativas de decisoes políticas

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1Veja o livro que trata de apropriaçoes socioespaciais em salvador e alemanha de Angelo Serpa. "Lugar e Mídia"

2 A respeito disso ver :
 Flora Guimarães Gonçalves. Apropriações libertárias sobre o espectro radiofônico: as rádios livres, 2012;
Cristiane Dias Andriotti. O Movimento das Rádios Livres e Comunitárias e a Democratização dos Meios de Comunicação no Brasil, 2004;
Marisa Amelina Meliane Nunes. Rádios Livres: O outro lado da voz do Brasil, 1995 e
Arlindo Machado, Caio Magri e Marcelo Masagão. Rádios Livres: A reforma Agrária no ar, 1987.

3 Documentário Comunicaçao Livre

Portal Rádio Livre