Mais lidas

sexta-feira, 30 de abril de 2010

1º Colóquio Território Autônomo

Entendido em sentido amplo e não sectário, o pensamento libertário compreende uma multiplicidade de correntes e perspectivas, do anarquismo clássico ao autonomismo. O que elas têm em comum é, sobretudo, a objeção simultânea ao status quo capitalista (e a todo o cortejo de opressões constantemente reproduzidas em nossas sociedades: exploração de classe, racismo, patriarcalismo etc.) e ao “socialismo” burocrático e seus pressupostos autoritários.
Gostaríamos de convidar todos os cientistas sociais (geógrafos e não geógrafos) interessados em discutir e construir alternativas, tanto teóricas quanto de engajamento, a partir de uma tal perspectiva, para participar do Primeiro Colóquio Território Autônomo − Um olhar libertário
sobre práticas espaciais, política, economia e cultura, organizado pelo Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio-Espacial (NuPeD) da UFRJ, que será realizado entre os dias 26 e 27 de outubro de 2010, no Rio de Janeiro.
A estrutura do colóquio abrange uma fala de abertura (Uma Geografia marginal e sua atualidade: A linhagem libertária), dois espaços de debate (1: Matrizes do pensamento libertário na Geografia: Reclus e Kropotkin; 2: Diálogos da Geografia com o pensamento crítico não
autoritário: Foucault, Guattari, Castoriadis...), um minicurso (Geografia dos Movimentos Sociais), dois grupos de trabalho (1: Conflitos sociais e espacialidade: Classe, etnicidade, gênero...; 2: Os geógrafos e os movimentos sociais: Como colaborar?) e uma fala de encerramento.
Maiores informações sobre a dinâmica do evento, bem como sobre as normas para a submissão de trabalhos, estarão disponíveis na página do evento.

http://territorioautonomo.wordpress.com/

quarta-feira, 28 de abril de 2010

1º de Maio no Utopia e Luta (Porto Alegre)

Da alienação à depressão - Emílio Gennari



É bastante comum ouvir quem atua nos movimentos sociais se queixar da dificuldade de envolver as pessoas que, por sua situação, deveriam ser as primeiras interessadas em aderir às lutas propostas. Frases como: “o povo não se mexe” ou “o pessoal não quer saber de nada”, são parte de um cotidiano no qual, via de regra, quem se revoltou diante das contradições do presente não consegue despertar qualquer reação individual ou coletiva à altura das necessidades.

Download do arquivo no link "Leiruras Copyleft" ao lado.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

100 ANOS DA CNT E A REVOLUÇÃO ESPANHOLA

Em julho de 1936 irrompe golpe de Estado militar na Espanha. Os trabalhadores pegam em armas e saem às ruas para combater o fascismo que tenta se impor. A partir daí a terra, as fábricas, as ruas, tudo para todos. O povo, que foi oprimido durante séculos, finalmente mudaria a situação. Através de suas mãos, operários e camponeses poderiam então decidir sobre suas próprias vidas.
A intensa capacidade de organização e mobilização da classe trabalhadora espanhola deveu-se em grande parte à ação
desenvolvida por mais de duas décadas pela Confederação Nacional do Trabalho – CNT. Central sindical de caráter anarco-sindicalista, fundada pelo povo espanhol em 1910,já no ano seguinte contava com 30.000 membros.
E é para rememorar os 100 anos da CNT e as lutas da Guerra Civil Espanhola que o Núcleo de Pesquisa Marques da Costa envia este convite para o evento “100 Anos da CNT e a Revolução Espanhola”. O evento, com entrada franca, contará com a exibição do documentário "Guerra Civil Espanhola: prelúdio à Tragédia" (58 min.), seguido de uma palestra de Miguel Suarez, mestrando de História da Universidade Federal Fluminense sobre os "Cem Anos da CNT e a Revolução Espanhola".
A mesa contará ainda com a mediação de Antony do Vale (Sindipetro) e a participação de Alexandre Samis (Federação Anarquista do Rio de Janeiro).

Dia:
04 de Maio, terça-feira - 18hs

Local:
Auditório do Sindipetro - Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro - Avenida Passos, 34 - segundo andar.(entre a Praça Tiradentes e a Avenida Presidente Vargas)

Este evento é uma organização conjunta de:
Núcleo de Pesquisa Marques da Costa - NPMC e SINDIPETRO-RJ.

Belo Monte - vídeo e artigo

Cenas gravadas na Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto/Jarina, entre os dias 28 de outubro e 4 de novembro de 2009. Nesse período, os ministros do Meio Ambiente e Minas e Energia foram convidados a ir ao Xingu para discutir os impactos da obra de construção da usina de Belo Monte na região. Se concretizado, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo e vai causar impacto mais de 9 milhões de hectares de floresta, uma área equivalente a duas vezes a cidade do Rio.
http://www.youtube. com/watch? v=ZmOozYXozb8
A TV Piolho, uma experiência de televisão livre da cidade de Campinas-SP, voltou ao ar depois de ter tido seus equipamentos apreendidos pela administração da Unicamp. Por TV PiolhoO que é a TV Piolho? É a cara e a voz daquilo que não cabe no Jornal Nacional [1], são os watts que circulam por entre as novelas da vida e fazem coçar as cabeças, é o chega-do-mesmo de quem não pode mais engolir as mesmas mentiras lavadas e babaquices da televisão brasileira!
A Piolho é uma ideia que nasceu em algum momento depois do ano 2000, uma vontade de fazer com imagens o que já se fazia há mais de uma década das bases da caixa d’água central da Unicamp, entidade fluida, forte e viva conhecida como Rádio Muda. Pessoas ligadas à rádio passaram a se reunir com regularidade a partir de 2005, com o objetivo de criar uma televisão livre. Dessas reuniões nasceu o embrião analógico de um piolho que viria ao mundo com saudáveis 20W de potência, e que deu seus primeiros berros em junho de 2006, quando foi realizada a primeira transmissão oficial na Moradia Estudantil da Unicamp.
O primeiro estúdio da TV Piolho foi o espaço dividido com o cineclube da Moradia, o CineMoras, onde ficou até o início de 2007. Neste ano, parte do bloco em que se localizava o estúdio desmoronou, graças à negligência de diversas administrações que resultou em um vazamento de anos que abalou as estruturas do prédio. Assim, a Piolho se transferiu para um antigo ateliê dos estudantes de artes plásticas, a poucos metros do antigo estúdio, onde permaneceu por pouco mais de um ano. Mais uma vez, devido a problemas entre a administração e moradores, a TV teve que se mudar de novo, desta vez indo para o espaço do Laboratório de Fotografia da Moradia, que estava ocioso. Este foi até agora o período mais estável, fértil e produtivo, quando a Piolho atingiu seu atual nível técnico e adquiriu uma certa regularidade organizacional. No entanto, no final de março de 2010, novamente e pela última vez, a administração da Moradia Estudantil da Unicamp prejudicou o funcionamento da TV (que inclusive era o único projeto que funcionava plenamente nos espaços coletivos da moradia), confiscando todos os equipamentos sob a justificativa de falta de diálogo. No momento, tendo recuperado seus equipamentos, a TV Piolho transmite de outro ponto da cidade, apenas programação gravada, e procura um novo local para instalar seu estúdio.
Paralelamente, o coletivo criou o portal tvlivre.org, que está no ar desde 2006. A ideia é que ele seja uma ferramenta de convergência de todos os interessados na teoria e prática de tv livre, servindo como um canal de comunicação (por exemplo, hospedando projetos como nosso site: http://piolho.tvlivre.org), base de dados de referência, meio de veiculação de produção. O portal deve, acima de tudo, alimentar o movimento de meios livres, principalmente a produção televisiva, que ganha destaque no momento que a tecnologia digital cada vez mais se torna acessível comercialmente. O padrão digital multiplica o tamanho do espectro, trazendo a possibilidade de multiplicar as vozes ativas na televisão brasileira, acabando com o argumento da escassez do espectro. Apesar disso, o modo como a migração para o sistema digital vem sendo conduzido na televisão brasileira privilegia o monopólio que tem ditado as regras há mais de 50 anos no país.
A TV Piolho é semente de uma rede que deve multiplicar as vozes e caras que ocuparão o espectro, um pequeno piolho que fará coçar as grandes cabeças que ainda dominam as muitas cabeças por aí.
[1] Para o leitor não-brasileiro, Jornal Nacional é o notíciário televisivo de maior audiência no Brasil, transmitido pela maior emissora de tv, a Rede Globo.